La Llorona
Ninguém sabe ao certo
Por onde os ventos sopram
naqueles vales desertos.
Neles, ecoam, baixinho,
Uivos chorosos de alguém
Completamente perdido
Num labirinto infinito.
Seu coração clama piedosamente
Por compreensão e perdão
Ou mesmo por um pouco de paz.
Eles foram fruto da desgraça
Que por muito destroçou sua mente,
Foi o que sussurrou, a Ira em seu ouvido,
Jogue-os no rio, deixe-os ir.
Céus, se pudessem ver como amou
O que perdeu em busca desse amor
Que agora a exclui sem eira nem beira
Quantos se foram para que ele pudesse entrar
E viver dentro de seu peito.
Agora, ela chora pelo engano cometido.
O sacrifício daqueles de seu ventre
Levada pela ira do coração
A faz ter o respeito da vilania,
Que se esconde nas luas cheias,
Escutando seu choro.
Ela vaga pelas ruas,
Beija os infantes dormentes
Ajoelha pelas igrejas
E corre ao rio vestida de branco.
Suas lágrimas são a prova de seu fardo
Que o passado lhe impôs.
Ninguém sabe ao certo
Por onde andou Chorona
A quem seus olhos lacrimejam,
O que guarda seu coração
O que busca nos infantes
Mas todos sentem seu pesar
Em cada luar claro das noites.

Alexandra Feodorovna in red by. Por Christina Robertson. Óleo sobre tela. 1840.